Participação feminina na ciência do IFMA é comemorada no Dia da Mulher
A pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Clarisse Medeiros, aponta que a instituição busca continuamente promover a participação de mulheres na ciência e na gestão pública. “A atuação das mulheres nessas áreas é fundamental para garantir a igualdade de gênero e uma sociedade mais justa e equitativa. Algumas medidas que podem ser adotadas para alcançar esse objetivo incluem oferecer uma educação inclusiva, que promova a igualdade de gênero desde a infância, incentivando as meninas a se interessarem pelas áreas de ciências e tecnologia e desenvolverem habilidades de liderança desde cedo. E ainda manter políticas de igualdade de gênero no mercado de trabalho. [Sobre a participação na ciência,] programas de incentivo à pesquisa, como bolsas de estudo e financiamento para projetos de pesquisa motivada por mulheres, podem ajudar a aumentar a participação feminina na ciência”, afirmou a chefe da PRPGI. Vale destacar que, além de Clarisse Medeiros, a instituição tem como pró-reitora Lucimeire Amorim, na pasta de Administração.
Pesquisas
De acordo com a Diretoria de Pesquisa (DPESQ) do IFMA, 38,4% dos projetos científicos registrados em 2022 pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPGI) foram coordenados por mulheres. Comparando com anos anteriores, em 2020, tinha-se 37% de coordenação feita por mulheres. Em 2021 foram 46,1% projetos coordenados por servidoras. “O percentual se manteve próximo nos últimos três anos. Ou seja, cerca de 40% de participação das mulheres como coordenadoras de projeto de pesquisa, talvez um reflexo da distribuição e quantitativo de servidoras na instituição”, avaliou a chefe da Diretoria de Pesquisa (DPESQ), Georgiana Eurides de Carvalho Marques.
Também segundo a DPESQ, o IFMA tem 410 projetos de pesquisa coordenados por mulheres e 42 servidoras como líderes de grupos de pesquisa no IFMA. Dentre os dados de autoria/coautoria de artigos científicos, foram 1.921 produções bibliográficas cadastradas por mulheres da instituição no ano passado. Já sobre a participação das estudantes, 57% dos bolsistas dos programas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) ensino médio e superior são mulheres e meninas.
Na distribuição por área de conhecimento, a maior parte dos projetos coordenados por mulheres encontra-se nas ciências agrárias e biológicas. Mas, de acordo com Georgiana Eurides de Carvalho Marques, as pesquisadoras do IFMA “também se destacam nas engenharias, ciências exatas, ciências sociais aplicadas, ciências humanas e ciências da saúde”.
A diretora da DPESQ informou que o IFMA desenvolve ações contínuas para promover e ampliar a participação de mulheres pesquisadoras (docentes e estudantes) na instituição. “Nas resoluções da pesquisa para participação dos comitês de assessoramento, o quantitativo de participação por sexo é de 50%. Além disso, realizamos o projeto Meninas e Mulheres na Ciência em eventos organizados pela PRPGI, como Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e Universo IFMA. Buscamos ainda maior participação feminina nas mesas de palestras e nos eventos organizados pela PRPGI. Outra ação é o reconhecimento contínuo através de homenagens às pesquisadoras da instituição”, destacou Georgiana Eurides de Carvalho Marques, que relatou ainda existir grupos estudando a evolução da participação das mulheres na pesquisa científica do IFMA. “Futuramente, esses dados poderão subsidiar informações mais elaboradas sobre a participação feminina nos campi”, disse a diretora.
Mulheres na ciência
O que elas têm a dizer?
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- Raffaelle Andressa dos Santos Araujo. (Chefe do Departamento de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFMA Campus Buriticupu. Doutora em Educação). “Os desafios são enormes e como mulher, mãe, esposa, professora, amiga, etc. buscamos incentivar e aproximar a participação de meninas e mulheres por meios de projetos de pesquisas de iniciação científica e tecnológica, organização de eventos científicos que proporcionem a socialização de experiências e oportunizem espaços de visibilidade feminina na produção de saberes em diferentes áreas de conhecimento”.
- Laurinda Siqueira. (Doutora em Química Analítica. Professora do Campus São Luís-Centro Histórico. Coordenadora dos projetos Escola de Meninas e Mulheres Cientistas e Observatório da Mulher na Ciência). “Acredito que ser cientista não é um campo apenas de vocação, mas de escolha política, de resistência para existir. Então sempre tento me cercar de parcerias com outras pesquisadoras e orientar meninas e mulheres em projetos de pesquisa, a fim de fortalecer essa rede de apoio e de não competitividade que deve existir entre nós. Para que assim possamos de fato ter um protagonismo científico feminino”.
- Nayara Ribeiro. (Estudante de Engenharia Elétrica no Campus Monte Castelo). “Falta representatividade, diversidade e reconhecimento. Precisamos conscientizar meninas e mulheres de que elas podem fazer as suas próprias escolhas e incentivar a participação em áreas como ciência, tecnologia, engenharia e matemática”.
- Ivana Maia. (Doutora em Engenharia Mecânica. Professora do Campus São Luís – Monte Castelo). “Fazer ciência é uma habilidade que se adquire construindo conhecimentos. Independente do gênero, todos deviam ser incentivados nessa direção. Tratando especificamente da atuação feminina, acredito que é preciso, além de dar visibilidade ao tema, posicionar mulheres na gestão de recursos à pesquisa e em posições relevantes na gestão da ciência e tecnologia em todos os níveis”.
- Izabel Funo. (Doutora em Recursos Pesqueiros e Aquicultura. Professora do Campus São Luís – Maracanã. Coordenadora do grupo de pesquisa NUMAR). “Os desafios mais difíceis de serem enfrentados estão relacionados aos estereótipos de gênero no campo científico, preconceito relacionado a raça e assédio. Nós precisamos conhecer nossas qualidades e defeitos e saber usá-los taticamente. Uma boa injeção de autoestima e autoconhecimento ajudam nessa caminhada. A ciência é simplesmente cativante, eu não deixaria as dificuldades me tirarem isso”.
- Natilene Brito. (Doutora em Química. Professora do Campus São Luís – Monte Castelo. Ex-pró-reitora de Pesquisa do IFMA). “Na lista dos 1O cientistas do IFMA que mais se destacaram segundo o AD Scientific Index 2023, 4 mulheres estão entre as primeiras 5 posições. Isso precisa ser divulgado amplamente, não só como incentivo para as estudantes que estão começando agora a sua vida acadêmica, mas como uma forma de reconhecimento que essas cientistas merecem”.
- Gerliane Chaves. (Estudante de Engenharia Elétrica no Campus Imperatriz) “Minha área de atuação é na Engenharia e pesquisa na área de robótica, ambas predominantemente masculinas. Então acredito que um desafio durante a minha trajetória tenha sido a identificação com outras pessoas, compartilhar essa trajetória com outras mulheres, já que somos minoria nesses espaços”.
- Éville Novaes. (Doutora em Biologia Vegetal. Professora do Campus Barreirinhas. Avaliadora do Inep) “É importante dar visibilidade às ações das mulheres, para que se tornem inspiração para outras, além de promover uma rede de cooperação entre elas. Além disso, oferecer programas de licença parental igualitária e flexível, para que as mulheres possam ter filhos sem sacrificar suas carreiras científicas.”
- Djanira Rubim dos Santos. (Aluna do Doutorado em Química do IFMA). “[É preciso] incentivar desde cedo a participação das meninas no mundo científico, através de clubes de ciências que promovam e despertam a vocação no mundo tecnológico. Incentivar cada vez mais as mulheres a participarem e permanecerem em projetos, incluindo algum tipo de pontuação quando elas fazem parte da equipe de pesquisa. Promover eventos dedicados a produção de conhecimento, de tecnologia e espaços voltados para a mulher na ciência”.
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